HISTÓRIA
Uma serra monumental com seus 1.043 metros de altitude serve de proteção natural para dois municípios goianos – Caldas Novas e Rio Quente. A Serra de Caldas, em seu formato elíptico e com características de chapada – topo plano – se tornou o primeiro parque estadual de Goiás, em 1970, durante a gestão de Otávio Lage de Siqueira.
Sua relevância para a geodiversidade do Planalto Central é tamanha, que em 2005, a Serra de Caldas Novas foi incluída entre os sítios geológicos mais importantes do Brasil pela Comissão Brasileira de Sítios Geológicos e Paleobiológicos, vinculada à Comissão do Patrimônio Mundial da Unesco.
O Parque Estadual da Serra de Caldas – PESCAN protege integralmente o topo e as bordas da serra de mesmo nome, um dos marcos da geodiversidade no Planalto Central e importante sítio geológico do Brasil. Suas rochas sedimentares, com metamorfismo de baixo grau, tiveram origem em um ambiente marinho de um bilhão de anos atrás.





OBJETIVOS
O Parque Estadual da Serra de Caldas Novas – PESCAN foi estabelecido legalmente para proteger esse importante maciço rochoso, que devido a fenômenos geotérmicos, possibilitou a instalação de um dos maiores complexos termais do mundo. Ao todo, ele conta com 12.315,3580 hectares onde estão compreendidos, além do seu topo, as cristas, fraldas e encostas da serra.
INFORMAÇÕES GERAIS
A forma atual da serra de Caldas deve-se a dois eventos tectônicos de movimentação da crosta terrestre, ocorridos a 600 e 130 milhões de anos atrás, que empurraram, fraturaram e arquearam as rochas, formando a Serra de Caldas. Em suas bordas íngremes surgem extensos lajeados e cânions singulares.
Estudos empreendidos na região mostraram que não há águas quentes no interior do PESCAN. O que ocorre é que a composição da serra, com suas fendas, permite que ocorra um fenômeno geotérmico graças à infiltração das águas das chuvas, tornando-as minerais e termais pelo contato com o gradiente geotérmico das rochas.
Após aquecidas, essas águas retornam à superfície, por diferença de pressão, onde nascem no ribeirão Água Quente, pelo lado oeste da serra; e também em antigas fontes em Caldas Novas e na Lagoa da Pirapitinga. São águas termais muito importantes pelo volume e pela temperatura, certamente conhecidas desde os povos originários. O relato mais antigo data de 1592.
Além da importância para a recarga das águas termais, o parque ainda protege inúmeras nascentes e aquíferos de águas frias formadoras de afluentes dos rios Corumbá e Piracanjuba que contribuem para a bacia do Paraná.



O parque abriga grande variedade biológica e protege uma área relevante para a proteção da natureza e manutenção de serviços ecossistêmicos. No local, prevalece clima tropical subúmido, característico das savanas do Centro-Oeste e marcado por duas estações: inverno seco e verão chuvoso.
Os ambientes protegidos pelo PESCAN abrigam inúmeras fitofisionomias e imponente beleza cênica, que podem ser apreciadas de diversos municípios e compõem a identidade da região. Em suas franjas há belas cachoeiras e pequenos recantos para banho, apreciados na estação chuvosa. Na estação seca permanecem os belos panoramas descortinados em diversos mirantes situados nas bordas, também as diferentes coberturas vegetais que ocupam o seu topo plano e os vales profundos, entalhados pelas águas – a Rua de Pedra, Cânion do Urubu e o Cânion da Pousada, são exemplos.
Para melhor receber seus visitantes, o PESCAN disponibiliza uma completa sede, equipada com cadeiras adaptadas para permitir o deslocamento de pessoas com necessidades especiais pelas trilhas do parque. Um museu de animais empalhados foi montado para auxiliar na apresentação da biodiversidade da fauna local.
Um anfiteatro serve para abrigar estudantes e turistas interessados em conhecer as riquezas naturais do parque, onde são recepcionados com um vídeo institucional da unidade, e uma explanação sobre a importância da preservação ambiental do local que estão visitando. Mais a frente, um alojamento foi construído para receber pesquisadores que escolhem a unidade para seus trabalhos de campo.
O parque ainda possui um “mascote”, a simpática seriema (Cariama cristata). Ao longo do dia, pode-se ouvir esta ave carismática cantar repetidas vezes “kié-kié-kié-kié-kié-kié-kié-ke-ke-ke-ke”.

LEGISLAÇÃO
Lei nº 7.282, de 25 de setembro de 1970 – Cria o Parque Estadual da Serra de Caldas – PESCAN
Decreto nº 1.531, de 21 de julho de 1978 – atribui a antiga FEMAGO (atual SEMAD) a competência para preservar e administrar o PESCAN.
LOCALIZAÇÃO
A entrada principal para o Parque Estadual da Serra de Caldas está localizada na Avenida Bento de Godoy, s/n, na zona rural de Caldas Novas. O PESCAN fica a aproximadamente 180 quilômetros da capital Goiânia, e a apenas 6 quilômetros do centro de Caldas Novas.
ATRATIVOS
Visita à sede e ao Museu
O parque dispõe de bela estrutura arquitetônica com portal de acesso, que controla o acesso dos visitantes. O parque dispõe de estacionamento público para acomodar o acesso aos visitantes, além de dispor de banheiros e bebedouros disponíveis aos visitantes. Todas essas infraestruturas estão anexas a sede do parque, juntamente do Museu, Anfitetrato e Alojamentos. O anfitetrato dispõe de espaço amplo e adequado para acomodar estudantes, grupos de turistas e visitantes em geral com intuito de apresentar material didático próprio abordando o histórico do PESCAN, conscientização ambiental entre outros temas.
Um museu de animais empalhados também está disponível à visitação junto a portaria de acesso ao Parque, onde mamíferos e aves típicas do Cerrado estão taxidermizadas e disponível para que os visitantes conheçam de perto a comunidade faunística do entorno.



Rua de Pedra
Um cânion aberto em meio ao vasto Cerrado, formado por rochas sedimentares da idade neo-mesoproterozoica que parecem ter sido calçadas pela ação humana. Essa é a descrição da Rua de Pedra, um dos atrativos naturais do PESCAN.
A ligação da portaria com esse atrativo é realizada por uma estrada principal, mais larga do que trilhas convencionais que, em condições especiais, podem ainda receber a passagem de veículos e também funcionam como aceiros. O ponto final de acesso é feito por uma trilha de meros 400 metros em meio à natureza abundante e preservada.



Cachoeira da Cascatinha
Uma entre as três cachoeiras abertas à visitação dentro do Parque, a Cachoeira da Cascatinha permite ao visitante uma agradável caminhada feita em uma trilha de 400 metros, totalmente envolvida por uma mata densa e frondosa. É possível percorrê-la totalmente na sombra, mesmo em horários de sol a pino, devido às copas de árvores que se encontram criando uma cobertura natural.
A cachoeira da Cascatinha, como as demais, perde vazão no período de estiagem que ocorre de forma mais acentuada de Julho a Outubro, em todo Centro-Oeste Brasileiro. Sua queda alimenta um riacho que permite o banho e momentos de contemplação na época de Novembro a Maio.



Cachoeira da Confusão
O acesso à trilha que leva à Cachoeira da Confusão é de apenas 200 metros a partir da portaria do PESCAN. De lá, até a queda d ‘água, restam apenas 600 metros de caminhada em meio a uma variedade de plantas características do cerrado brasileiro. Durante a estiagem, a cachoeira seca, restando apenas o poço. Época ideal para visitação para quem busca vê-la cheia é de Novembro a Maio.


Cachoeira do Paredão
O acesso à Cachoeira do Paredão se dá em trilha partindo da cachoeira da Confusão. Ela permite, além do acesso à queda d’água, um ponto de observação mais alto (mirante), onde se avista a cidade de Caldas Novas.
Ao todo, a sua trilha completa possui 1.500 metros que conduzem para uma escada com degraus em cimento e corrimão para facilitar o percurso. Ao adentrar na área de mata que leva ao leito do córrego que alimenta a cachoeira, o visitante se depara com paredões em rocha que evidenciam a riqueza geológica local.



Mirante do Minério
Seguindo pelo caminho leste, a 900 metros do cânion da Rua de Pedra há o acesso à trilha que leva ao Mirante do Minério. Uma caminhada leve, em campo aberto por pouco mais de 500 metros, que conduzem a uma das vistas mais exuberantes do Parque.
Uma trilha bem demarcada liga dois morros, em um passeio em meio a campos de arnica. Necessário ter cuidado com antigas trincheiras de prospecção de minério, que resultaram em buracos abertos ainda durante os estudos exploratórios.




Mirante da Pousada e do México
O Mirante da Pousada e do México estão localizados na face da Serra voltada para a Cidade de Rio Quente e possui um caminho que sai da tradicional Pousada do Rio Quente rumo à Serra (acesso não convencional). O acesso principal aos Mirantes se dá via Portaria central, entretanto recomenda-se que sejam feitos apenas por ciclistas, visto que são necessários mais de 15 quilômetros de deslocamento (ida e volta). O Mirante da Pousada possui uma rústica infraestrutura que permite ao visitante acomodar-se enquanto contempla a vista do local.

Pedra do Amor
Partindo da portaria pela estrada principal à esquerda, inicia-se uma subida íngreme que leva ao topo da Serra. Por volta de 700 metros, um mirante natural se abre em meio ao cerrado que cerca os dois lados da estrada, descortinando no horizonte a cidade de Caldas Novas. Neste local, encontra-se um exemplar de uma pedra que foi batizada de Pedra do Amor. Semelhante a um banco natural, enamorados ou não podem se acomodar para vislumbrar uma das vistas mais privilegiadas da cidade polo internacional de turismo em Goiás.

VISITAÇÃO
O PESCAN está aberto à visitação de terça a domingo, das 8h às 17h, porém o último acesso a unidade é às 15h. Atualmente não há cobrança de taxa de visitação.
ORIENTAÇÕES GERAIS
O que é autorizado:
* Visitação de lazer e recreação
* Esportes de aventura
* Turismo de aventura
* Ecoturismo
* Birdwatching
* Visitas educacionais/técnicas
* Educação ambiental
* Atividades artísticas
O que é proibido:
* Tráfego de veículos particulares na área do Parque, exceto nos estacionamentos construídos para os visitantes
* Acesso de animais domésticos
* Coleta de exemplares do meio biótico (animais, plantas, etc) e abiótico (rochas, solo, etc)
* Caça e a pesca
* Uso do fogo
* Consumo de bebida alcoólica no interior do parque
* Uso de imagem da Unidade de Conservação com finalidade comercial deverá ser solicitado à Semad, com antecedência mínima de 60 dias
* Já o uso de imagem com finalidade científica, educativa ou cultural é permitido
PLANO DE MANEJO
GUIAS
Guia de Trilhas do Parque
Pelas Trilhas do Pescan
CONTATOS
Sede do PESCAN: (62) 999456887
Superintendência de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Emergências Ambientais – SUC: (62) 3201-5295
Gerência de Implantação e Manejo de Unidades de Conservação – GEMUC –: (62) 9 9696-0331
Gerência de Criação, Regularização Fundiária e Suporte à Gestão de Unidades de Conservação – GEREF: (62) 3265-1340
Coordenador da Unidade de Conservação: Maurício Vianna Tambellini Tel: (62) 9 9945-6887
E-mail: mauricio.tambellini@goias.gov.br / pescan.meioambiente@goias.gov.br